sexta-feira, 21 de maio de 2010

'Escrito nas Estrelas' se destaca por temas sobrenaturais

Jayme Matarazzo e Humberto Martins em 'Escrito nas Estrelas' Foto: Divulgação

Em 'Escrito nas Estrelas', Jayme Matarazzo é Daniel, um fantasma do bem que vive querendo acertar a vida das pessoas que ama
Foto: Divulgação

Elizabeth Jhin sempre deixou bem claro que seu maior interesse ao contar histórias é escrever tramas que mesclem fantasia com assuntos místicos. Foi assim em quase todas as suas novelas na Globo, como Eterna Magia, sua última produção das seis que tratava de lendas e bruxas. Em Escrito nas Estrelas, a autora mineira tem se deleitado no tema e se inclinado como nunca em núcleos fantasiosos. Basta ver a quantidade de cenas que se passam em cenários do além ou com personagens mortos, que aparecem como fantasmas do bem ¿ como o próprio protagonista Daniel, de Jayme Matarazzo. E, diante de histórias cada vez mais naturalistas, essa assinatura recheada de magia tem se destacado como uma marca que tem dado certo. Depois de uma estreia com média de 26 pontos, a produção se equilibra com aceitáveis 25 pontos de média.

A edição caprichada do diretor Papinha e a interessante condução dos atores em cena se destacam em atuações convincentes. O rústico Humberto Martins está à vontade e até chega a emocionar em cenas como o arrependido médico Ricardo. Nas tomadas com Nathália Dill, que interpreta a mocinha Viviane/Vitória, ou mesmo nas cenas em que atua com o espírito de Daniel, Humberto tem transmitido uma visível sensibilidade. A despeito de uma quantidade elevada de cenas sobre morte, a trama tem conseguido passar a leveza que o horário exige.

No entanto, alguns personagens parecem destoar do universo tecnológico do folhetim, conduzido pela abordagem da inseminação artificial de um doador já falecido, que é o caso do personagem de Jayme. Paralelamente ao avanço da Medicina, a história apresenta tipos que parecem sair de tramas de época, como a zelosa dona-de-casa Judite, de Carolina Kasting. Com figurino e caracterização dos anos 50, a personagem é uma espécie de mistura de pin-up com a mulher de verdade retratada pela canção Ai, Que Saudades da Amélia, de Mário Lago e Ataulfo Alves.

Já Sofia e Beatriz, personagens de Zezé Polessa e Débora Falabella, parecem personagens de filmes da Sessão da Tarde sobre peruas malvadas de Bervely Hills. São papéis que temperam a história com pitadas de malícia e explicitam a astúcia das atrizes em papéis com nuances mais fortes. Uma contradição necessária em uma história que, entre uma cena e outra, salpica pensamentos do médium espírita Chico Xavier ou exibe, com parcos efeitos especiais, tomadas enevoadas de um suposto éden da imaginação da autora.

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