sábado, 4 de setembro de 2010

André Gonçalves diz que se sente no horário nobre em 'Escrito nas Estrelas'

O último papel cômico de André Gonçalves na TV tinha sido em 'Salsa e Merengue'. Foto: TV Press

André Gonçalves jura que nunca se sentiu tão próximo do público. Na pele do malandro Jair de Escrito nas Estrelas, da Globo, o ator garante que se surpreende com o retorno dos telespectadores. O assédio, segundo ele, nem parece de novela das seis. "Muitas vezes me sinto como se estivesse no ar no horário nobre", afirmou. Parte dessa aceitação se deve ao fato do personagem possuir altos teores de comédia. Um gênero que André não trabalhava em novelas desde 1996, quando integrou o elenco de Salsa & Merengue, de Miguel Falabella. "É uma delícia, mas dá muito trabalho. É preciso criatividade para atuar em 10 cenas por dia nesse tom", analisou André que, no ano passado, encarnou o indiano Gopal em Caminho das Índias e já se prepara para um novo trabalho na TV. O ator já está escalado para o próximo folhetim das sete, com o título provisório Dinossauros e Robôs, assinado por Walcyr Carrasco.

Jair é um personagem que lembra o Agostinho de A Grande Família. Você chegou a notar essas semelhanças quando o compôs? Ele serviu de inspiração?
Tive essa sensação sim, porque os dois foram morar com os sogros, são suburbanos, têm artimanhas engraçadas nessa situação de agregados. É um universo de uma grande família mesmo, mas existem muitas referências externas que me ajudaram nessa composição e que me ajudam até hoje na hora de gravar.

Que referências?
Coisas que a gente observa em amigos, colegas e pessoas nas ruas. Muita gente comenta comigo que deve ser uma delícia fazer esse tipo de personagem. E é mesmo, mas dá muito trabalho. É preciso criatividade para atuar em 10 cenas por dia nesse tom de comédia.

Seu último personagem cômico em novelas tinha sido o Walter de Salsa e Merengue, em 1996. Como você lidou com esse retorno ao gênero em um folhetim?
Eu gostei bastante. Acho que tive muita sorte. O Jair é um personagem muito divertido de fazer e que tem uma história, faz parte de um núcleo muito bom da novela. Nesse tempo, fiz participações especiais em humorísticos da Globo, o que me aproximou da comédia na TV. E eu, assim como meu personagem, tenho filhos. A gente vê muitas coisas juntos na TV, entre elas, desenhos animados e filmes de comédia. Mas outras características ajudaram na construção do clima da casa do Jair. Lá é um lugar onde toca muitas canções do Fábio Jr., por exemplo. Foram esses universos que povoaram a minha construção.

Até hoje seu papel mais marcante na TV foi o gay Sandrinho, de A Próxima Vítima. Sente falta de outras oportunidades de personagens polêmicos?
Já fiz o órfão, o gay, o vampiro e outros personagens marcantes. Mas acredito que é uma obrigação do ator transformar cada papel que ganha em trabalho. Nunca reclamo do que não tenho, prefiro agradecer o que tenho. Consegui personagens que, como o Jair, são populares. Isso é muito bom porque o acesso ao público é mais fácil. As pessoas acabam se interessando, se identificando mais.

O que você ouve nas ruas por conta do Jair?
O público gosta de comédia e de coisas misteriosas. Assuntos como vida após a morte e fertilização chamam a atenção. E não só de adultos. As crianças adoram a novela e se divertem muito com o Jair. Ouço algumas broncas, mas me divirto sempre. Claro que a gente não tem muito tempo para sair, gostaria de poder ter ainda mais contato com as pessoas. Mas tenho achado impressionante o retorno desse trabalho. Me sinto como se estivesse fazendo uma novela das oito.

Escrito nas Estrelas - Globo - Segunda a sábado, às 17h50.

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