sexta-feira, 24 de setembro de 2010

'Escrito nas Estrelas' chega ao fim com audiência satisfatória

Espiritualidade é um tema em alta. Neste ano de comemorações do centenário de Chico Xavier, não foram poucas as produções que abordaram a vida além dos planos materiais.


Escrito nas Estrelas, novela das seis da Globo, faz parte dessa bem-sucedida safra de histórias que se passam entre o céu e a terra.

Com uma trama leve, bons personagens e uma abordagem cuidadosa de ciência e religião, a novela de Elizabeth Jhin nesta sexta-feira (24das e vindas, ficaram na média dos 27 pontos.

) sustentando bons índices de audiência, que, entre algumas iNúmeros nada excepcionais, mas que se destacam em meio aos índices cada vez mais baixos da dramaturgia da emissora.

O sucesso da novela, no entanto, não se deve apenas à carona na onda espiritualista. Entre bregas cenas de flashback de vidas passadas e alguns precários efeitos especiais, a produção acertou em cheio na história de amor envolvendo o trio de protagonistas, o médico Ricardo, a pobre Viviane e o falecido Daniel, personagens de Humberto Martins, Nathália Dill e Jayme Matarazzo.

Em um romance ingênuo e idealizado, a autora conseguiu despertar a empatia por todos os sofridos vértices do triângulo, com uma trama consistente e de forte apelo emocional. Mérito também dos atores, em especial da carismática Nathália Dill, que muitas vezes roubou a cena na pele da mocinha Viviane.

Outro destaque da novela foi o núcleo dos vilões. Com personagens bem construídos e tramas movimentadas, eles foram responsáveis por trazer ritmo e dar gás a uma história repleta de espíritos de luz e tipos bonzinhos. Caso do arrogante Gilmar, convincente interpretação de Alexandre Nero, e das atrapalhadas Sofia e Beatriz, vividas com sintonia por Zezé Polessa e Débora Falabella. Mesmo com as maldades cometidas, o toque de humor fez com que os vilões também protagonizassem alguns dos momentos mais divertidos da trama, roubando o lugar do apagado núcleo suburbano, que deveria ser o reduto cômico da história. Talvez a única exceção tenha sido a dissimulada Judith, de Carolina Kasting, que se manteve odiável do início ao fim e somente na reta final ganhou, merecidamente, mais espaço na trama.

Enquanto os núcleos principais da novela se sobressaíram, o mesmo não pode ser dito dos paralelos. Além da parte suburbana com pouca graça e sem carisma, outros personagens deixaram a desejar, como o médico Vicente, de Antônio Calloni, que foi pouco aproveitado, e a falecida Francisca, de Cássia Kiss, cujas aparições na trama eram tão breves quanto suas explicações sobre o plano espiritual. Isso sem contar as interpretações rasas de Carol Castro e Marcelo Faria, intérpretes da estudante Mariana e do médico Guilherme, o casal mais fraco da história.

Mas nada que tenha algum impacto significativo sobre a novela, que, com bons mocinhos, vilões fortes e o reforço da sempre instigante vida após a morte, chega ao fim com a missão cumprida.

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